Milton Nascimento é diagnosticado com Demência por Corpos de Lewy e médico explica a doença

Milton Nascimento é diagnosticado com Demência por Corpos de Lewy e médico explica a doença
Foto: Divulgação

O diagnóstico de Milton Nascimento, 82 anos, com Demência por Corpos de Lewy (DCL) trouxe atenção para uma condição ainda pouco conhecida. O neurologista Marcos Alexandre, do Hospital Mater Dei Goiânia, explica que a DCL é a segunda causa mais comum de demência degenerativa em pessoas acima dos 65 anos, ficando atrás apenas do Alzheimer.

Segundo o especialista, a doença ocorre devido ao acúmulo de uma proteína chamada alfa-sinucleína no cérebro, formando os chamados “corpos de Lewy”, que prejudicam o funcionamento normal das células cerebrais. “O que torna a DCL desafiadora é que ela compartilha características do Alzheimer e do Parkinson, mas com um perfil próprio”, destaca o médico.

Sintomas que merecem atenção

A demência por corpos de Lewy pode se manifestar de formas variadas, mas há sinais marcantes. Entre eles estão:

*Flutuação cognitiva: oscilações bruscas entre momentos de lucidez e confusão, que podem ocorrer no mesmo dia.

*Alucinações visuais: presentes em até 80% dos casos, geralmente bem detalhadas e precoces.

*Sintomas motores semelhantes ao Parkinson: rigidez muscular, lentidão, postura encurvada e quedas frequentes.

*Transtorno do sono REM: pacientes “encenam” seus sonhos durante a noite, com movimentos bruscos, gritos ou chutes.

*Alterações no sistema nervoso autônomo, como queda de pressão ao levantar-se, constipação intestinal e problemas urinários, também podem estar presentes.

Tratamento e cuidados

Ainda não há cura para a DCL, mas existem tratamentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida. O Dr. Marcos Alexandre explica que medicamentos usados no Alzheimer, como os inibidores da colinesterase, podem trazer bons resultados. Já os sintomas motores podem ser tratados com doses controladas de levodopa.

O neurologista reforça que alguns medicamentos devem ser evitados: “Antipsicóticos convencionais podem causar reações graves em pacientes com DCL. Quando necessário, apenas fármacos atípicos específicos, em doses baixas, devem ser considerados e sempre com cautela.”

Além dos medicamentos, terapias complementares como fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico são fundamentais.

Vida diária com a doença

De acordo com o especialista, o cuidado exige adaptação da rotina e do ambiente doméstico para garantir mais segurança e bem-estar ao paciente. Entre as recomendações estão a retirada de tapetes, instalação de barras de apoio e melhoria da iluminação.

A comunicação também deve ser adaptada, com frases simples, instruções passo a passo e paciência para o tempo de resposta do paciente. O médico alerta ainda para a importância do cuidado com os cuidadores, que podem sofrer desgaste físico e emocional.

“O acompanhamento constante com a equipe médica é essencial, já que a doença exige ajustes frequentes no tratamento. Esse suporte conjunto faz diferença no manejo do quadro e no dia a dia das famílias”, conclui Marcos Alexandre.

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