Avança na Câmara projeto do deputado federal Glaustin da Fokus que garante aposentadoria especial para mães atípicas

Avança na Câmara projeto do deputado federal Glaustin da Fokus que garante aposentadoria especial para mães atípicas
Foto: Divulgação

Proposta assegura inclusão previdenciária com contribuição de 5% sobre o salário mínimo para cuidadoras de pessoas com deficiência

Em um marco para a política de inclusão no País, o deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos/Goiás) conquistou nesta terça-feira (10) uma importante vitória com a aprovação do relatório ao seu Projeto de Lei 1.225/2024 que assegura aposentadoria especial para mães e cuidadores de pessoas com deficiência.

A proposta - que obteve parecer favorável na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD)- inclui no Sistema Especial de Inclusão Previdenciária quem se dedica exclusivamente ao cuidado de filhos ou dependentes com deficiência, permitindo contribuição mensal de apenas 5% sobre o salário mínimo. 

Esse mesmo direito já é assegurado aos Microempreendedores Individuais (MEI), trabalhadores rurais, assim como às pessoas de baixa renda que se dedicam exclusivamente ao trabalho doméstico, o que abarca as donas de casa em geral. Aos demais, a lei hoje prevê que o segurado facultativo deve realizar a contribuição previdenciária na alíquota de 20%. 

Por meio do projeto de Glaustin da Fokus, será possível atualizar o Plano de Custeio da Seguridade Social (Lei nº 8.212, de 1991) e contemplar de forma facultativa as mulheres que deixam o mercado de trabalho para voltar-se ao cuidado com os filhos. A medida abrange mães de pessoas com deficiência física, autistas, deficiência intelectual, síndrome de down, entre outras síndromes raras. 

De acordo com estimativas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência e muitas delas dependem de cuidados integralmente familiares. Esse número representa 8,9% de toda a população brasileira a partir de dois anos de idade.

O deputado federal explica que atualmente, muitas dessas mulheres enfrentam o chamado "abandono previdenciário", já que, sem renda formal, ficam desprotegidas na velhice ou em casos de doença.  

Proteção pós-luto

Glaustin aponta que o projeto também visa amparar uma realidade cruel: após anos de dedicação, muitas mães atípicas perdem seus filhos e ficam sem renda. Elas ainda enfrentam uma dificuldade extrema de reinserção no mercado de trabalho após anos afastadas.

A ativista, advogada e mãe atípica, Larissa Lafaiete, explica que embora o Benefício de Prestação Continuada (BPC) seja destinado à pessoa com deficiência, ele acaba sendo a única fonte de sustento da família, já que muitas mães precisam cuidar dos filhos em tempo integral. E com a morte do mesmo, o auxílio cessa — e com ele, todo o suporte financeiro. 

"Essa é uma triste realidade de famílias atípicas, principalmente as que vivem em situação de vulnerabilidade social. E não podemos deixar que essas mulheres que dedicam a vida aos cuidados sejam abandonadas pelo Estado após uma vida de lutas”, reforçou o Glaustin. 

Relatoria sensível

A deputada Kátia Dias (Republicanos/MG) defendeu em seu relatório que é indevido estabelecer essa restrição de renda para uma pessoa que se dedica exclusivamente ao trabalho de cuidado familiar e o faz não por uma opção, mas sim por necessidade. 

Por isso, a garantia de uma aposentadoria especial representa um alívio para milhares de mães que, diariamente, enfrentam uma dura rotina entre médicos e terapias para garantir o desenvolvimento de seus filhos. 

Assessoria de Comunicação / Glaustin da Fokus